FORJAS TAURUS. Orgulhosamente brasileira
INTRODUÇÃO
Hoje eu estou apresentando no Blog Campo de Batalha mais um artigo sobre um dos maiores fabricantes de armas de fogo do mundo cujo diferencial que chama a atenção é ser uma empresa de um país onde armas de fogo podem ser consideradas um tabu, o Brasil, e onde a classe política desta nação apresenta uma resistência extremamente agressiva levando a demonização desses instrumentos de defesa em pró da chamada paz (dos bandidos, é claro).
Porém, voltando alguns anos, em 1977, a Taurus teve as suas ações adquiridas pela brasileira Polimetal, trazendo de volta o controle da empresa para as mãos brasileiras.
Em 1974 uma outra empresa importantíssima no mundo das armas de fogo, a italiana Beretta tinha assinado um contrato de fornecimento de armas para o exercito brasileiro e nesse contrato houve a Beretta teria que se instalar no Brasil e contratar mão de obra nacional. Com o fim deste contrato em 1980 a Beretta vendeu suas instalações, incluindo maquinário e projetos das armas produzidas para a Taurus. Esse momento pode ser considerado um dos mais importantes da historia da Taurus, pois com o seu conhecimento técnico aperfeiçoou os projetos da Beretta no Brasil e produziu as pistolas dos modelos PT-92 e PT-99 em calibre 9 mm e que foram um grande sucesso de vendas devido ao custo baixo associado a alta confiabilidade e precisão destas.
Em 1997 a Taurus adquiriu a sua maior concorrente no mercado brasileiro, a Rossi, outra fabricante de excelentes revolveres, cuja qualidade tive o prazer de experimentar em inúmeras vistas ao clube de tiro.
A política da Taurus em adquirir ou se associar a outras empresas apresentou outros frutos como a submetralhadora MT-40, MT-9 e as carabinas CT-30 e CT-40, cujo projeto chileno, especificamente da empresa FAMAE, foi objeto de uma parceria entre as duas industrias.
A ultima empreitada da taurus foi ainda mais arrojada. Desta vez uma parceria entre a IMI de Israel e a empresa brasileira permitira a montagem do moderno fuzil bullpup Tavor, já descrito no Blog Campo de Batalha Terrestre e que poderá vir a ser o próximo fuzil de assalto do exercito brasileiro, que a algum tempo vem estudando possíveis substitutos dos cansados fuzis Imbel FAL.
ALGUNS DESTAQUES DA LINHA DE PRODUTOS TAURUS.
A Taurus possui uma extensa linha de produtos da qual seria muito extenso descrever um por um nesse artigo. Assim sendo optei por apresentar os produtos de maior importância na historia do fabricante. Alguns desses produtos já estão fora de linha de produção (informado na ficha técnica).
Os revolveres da Taurus são reconhecidos no mundo todo como excelentes armas de defesa. São armas de elevadíssima qualidade, precisão e durabilidade além de seguros. São muitos modelos, em sua maioria em calibre 38 SPL.
RT- 889
FICHA TECNICA RT- 889
Calibre: 38 SPL
Capacidade: 6 tiros.
Comprimento do cano: 4 e 6 polegadas.
Mira: Alça regulável micrometricamente e massa fixa.
RT-85
Este pequeno revolver snubby em calibre 38 SPL e com 5 tiros de capacidade é um exemplo de projeto Taurus que tem resistido ao tempo. Lançado no mercado em 1983, este modelo continua em linha de produção em diversos acabamentos, incluindo alumínio.
FICHA TECNICA RT- 85
Calibre: 38 SPL
Capacidade: 5 tiros.
Mira: fixa.
RT-838
O modelo RT-838 é o maior revolver de uso permitido a civis no Brasil. Produzido na estrutura desenvolvida para o primeiro revolver em calibre 44 Magnum do Brasil, o modelo 44, o RT-838 tem um tambor com capacidade para 8 tiros em calibre 38 SPL. Assim este revolver ajuda a atenuar a maior critica contra revolveres que é sua menor capacidade de tiros.
FICHA TECNICA RT- 838
Calibre: 38 SPL
Capacidade: 8 tiros.
Sistema de operação: dupla ação
Mira: Alça regulável e massa fixa.
RT-44
O modelo RT-44, inicialmente conhecido como modelo 44, foi o primeiro revolver nacional em calibre 44 magnum. Seu lançamento se deu em 1994 no mercado norte americano. Infelizmente é um produto exclusivo para exportação, pois este poderoso calibre é proibido para uso civil no Brasil.
FICHA TECNICA RT- 44
Calibre: 44 Magnum
Capacidade: 6 tiros.
Sistema de operação: dupla ação
Mira: Alça regulável e massa fixa.
RAGING BULL
FICHA TECNICA RAGING BULL
Calibre: (M-444) 44 Magnum, (M-480) 480 Ruger, (M-454) 454 Casull, (M-500) 500 Magnum.
Sistema de operação: dupla ação
Mira: Alça regulável e massa fixa.
TRACKER
Os versáteis revolveres da linha Tracker podem ser usados tanto para caça como para defesa pessoal. A proposta aqui foi a de um revolver construído para proporcionar extremo conforto e durabilidade devido a sua construção robusta que fornece um armamento quase indestrutível. Disponível nos calibres 17 HMR, 357 Magnum, 41 Magnum, 44 Magnum e 45 Long Colt, todos de uso proibido no Brasil.
FICHA TECNICA TRACKER
Calibre: (M-17) 14 HMR, (M-627) 357 Magnum, (M-415) 41 Magnum, (M-44 Tracker) 44 Magnum (M-45) 45 Long Colt.
Capacidade: 5 tiros e 7 tiros.
Sistema de operação: dupla ação
Mira: Alça regulável e massa fixa.
RT-410 THE JUDGE
FICHA TECNICA RT-410 THE JUDGE
Calibre: 36 Ga e 45 Long Colt.
Capacidade: 5 tiros.
Sistema de operação: dupla ação
Mira: Fixa.
PISTOLAS
PT-92/ PT-99
A primeira pistola da Taurus foi a Taurus PT-92 em calibre 9 mm, cujo projeto foi herdado da pistola Beretta M-92 fabricada para as forças armadas do Brasil. Uma versão com alça da mira regulável desta pistola foi batizada de PT-99 e foi durante algum tempo a melhor pistola da Taurus no mercado militar e de exportação. A qualidade da arma se mostrou presente em seu excelente funcionamento, precisão e durabilidade. Ainda hoje, a PT-92 faz parte do armamento do exercito brasileiro, se mostrando uma durável pistola. Não posso deixar de comentar a variante da PT-92 que “calça” o mais potente calibre. 40. Esta variante, chamada PT-100 e PT-101, cuja diferença é justamente de que a de modelo 100 tem alça da mira fixa e o modelo 101 tem a alça ajustável. Estas pistolas equipam a policia militar de São Paulo de outros Estados.
FICHA TECNICA PT-92/ 99
Calibre: 9 mm.
Mira: Alça e massa fixa (PT-92), Alça regulável e massa fixa (PT-99)
PT-57 S AMF
A pistola PT-57, em calibre 7,65 mm foi durante os anos 80 a mais “potente” arma semi-automática que um civil brasileiro poderia adquirir. Este modelo deriva da PT-92 de uso restrito. Embora seja uma arma de pequeno calibre, suas dimensões, praticamente as mesmas da PT-92 causavam respeito. Esta pistola deu lugar para uma versão compacta do mesmo calibre chamada PT-57S com cano de 4 polegadas, posteriormente.
FICHA TECNICA PT-57 AMF (fora de linha)
Calibre: 7,65 mm.
Mira: Alça e massa fixa,
PT-58 S/ PT-58 HC
A pistola PT-58 S em calibre 380 ACP, foi a primeira pistola em calibre 380 ACP da Taurus. A liberação do calibre 380 ACP (9 mm curto) para o uso civil no Brasil, no fim da década de 80 deu ao mercado brasileiro uma alternativa pouco melhor que o Fraco 7,65 mm em pistolas semi-automáticas. A PT-58 S deriva da PT-57 S e este modelo obteve sucesso comercial durante os anos iniciais de sua produção. Com capacidade de 12 tiros, versões posteriores tiveram sua capacidade aumentada para 15 e 19 tiros na versão atual conhecida como PT-58 HC (High Capacity) ou alta capacidade.
FICHA TECNICA PT-58 S (fora de linha)
Calibre: 380 ACP.
Mira: Alça e massa fixa.
PT 908
As pistolas da Taurus eram derivadas das pistolas Beretta devido à aquisição da fabrica desta ultima pela empresa brasileira em 1980. Assim, a Taurus não possuía um modelo de projeto próprio, situação esta que mudou em 1992 quando a empresa se engajou no desenvolvimento de sua primeira pistola totalmente projetada e construída pela Taurus. O novo modelo foi chamado de PT-908 e para seu desenvolvimento a Taurus teve auxilio de policiais e atiradores que deram a Taurus as dicas para que rumo seguir para poder construir uma pistola de qualidade e que pudesse trazer o sucesso comercial para mais este produto. A PT-908 é uma pistola compacta com carregador monofilar para 8 tiros em calibre 9 mm. Este modelo se assemelha aos desenhos encontrados nas pistolas Sig Sauer. A PT-908 deu origem a família de pistolas serie 900, onde novas versões com outros calibres e capacidade de munição aumentada foram sendo lançadas no mercado e obtendo um bom resultado de vendas, principalmente entre os consumidores policiais. Nesse segmento a PT-940, em calibre 40, foi adquirida por muitos departamentos de policia, principalmente da policia civil de São Paulo e Rio de Janeiro. No mercado civil brasileiro, o modelo representativo dessa série é a PT-938 em calibre 380 ACP e com capacidade de 15 tiros no carregador mais um na câmara.
FICHA TECNICA PT-908 (fora de linha)
Calibre: 9 mm.
Mira: Alça e massa fixa.
FICHA TECNICA PT-938
Mira: Alça e massa fixa.
PT-111/ 132/ 138/ 140/ 145/ 745 MILLENNIUM
Calibre: (PT-111) 9 mm, (PT-140) .40, (PT-145/ 745) 45 ACP.
Mira: Alça e massa fixa.
FICHA TECNICA PT-132/ 138
Calibre: (PT-132) 7,65 mm, (PT-138) 380 ACP
Mira: Alça e massa fixa.
PT-24/7, PT-24/7 OSS - PRO TATICAL E SERIE 600.
Já a serie 600 traz pistolas da serie PT-24/7 em dimensões reduzidas para serem usadas de forma dissimulada ou como uma segunda arma ou “backup Gun”.Nesse serie temos a PT-609 em calibre 9 mm, PT-640 em calibre 40.
Mira: Alça e massa fixa.
FICHA TECNICA PT-609/ 640
Calibre: (PT-609) 9 mm, (PT-640) 40.
Capacidade: (PT-609) 13+1 tiros, (PT-640) 11+1.
Mira: Alça e massa fixa.
SERIE 1911
FICHA TECNICA PT-1911
Calibre: 45 ACP,9 mm, 38 Super Auto.
Mira: Alça e massa fixa.
SERIE 800 – PT-809/ PT-840/ PT-845
A serie 800 da Taurus é uma nova família de pistolas que possuem soluções das pistolas OSS, porém com cano de 4 polegadas e com o incremento do “cão externo” e com um sistema de segurança encontrado nas pistolas da serie 900 que é o desarmador do cão, ou “Decoking Lever”. Essa serie possui pistolas em calibre 9 mm, 40 e 45 ACP.
FICHA TECNICA PT-809/ PT-840/ PT-845
Calibre: (PT-809) 9mm, (PT-840) 40, (PT-845) 45 ACP.
Comprimento total: 209 mm.
Mira: Alça e massa fixa.
PT-2045
O modelo PT-2045 é a mais moderna pistola em produção pela Taurus no momento. Lançada no inicio de 2009 esta pistola possui linhas avançadas com um desenho “limpo” ideal para o porte discreto e sem pontos que poderiam enganchar na roupa, a PT-2045 é construída em chassi de polímero e está disponível no calibre 45 ACP com carregador de 12 tiros. Este modelo opera em sistema de dupla ação modificada e ainda possui algumas características encontradas nas pistolas Glock, como uma trava montada no próprio gatilho e uma tecla desmontagem igual à de sua concorrente.
FICHA TECNICA PT-2045
Comprimento total: 209 mm.
Mira: Alça e massa fixa.
SERIE SLIM – PT-709/ PT-738
A serie Slim da Taurus será lançada no mercado em 2009. Como o nome diz, esta serie traz pistolas extremamente finas para o porte dissimulado. Os calibres dessa linha ficaram restritos ao 9 mm através do modelo PT-709 e 380 ACP no modelo PT-738. Para manter as dimensões reduzidas os carregadores destes modelos são monofilares e com capacidade menores do que os outros modelos apresentados aqui. Esses modelos, assim como os da serie 800 apresentado acima não estão disponíveis no mercado brasileiro, incluindo o mercado policial.
Esses produtos, por não terem sidos lançados até o momento não tiveram suas características técnicas publicadas.
Capacidade: (PT-709) 7+1 tiros, (PT-738) 6+1.
Mira: Alça e massa fixa.
SUBMETRALHADORAS.
MT-12 A
A primeira submetralhadora da Taurus foi a do modelo MT-12 que inicialmente não passava de uma montagem do modelo M-12 da Beretta, a qual eram fornecidas para as forças armadas brasileiras no contrato de 1974. Porém, posteriormente, a Taurus executou algumas modificações que melhoraram a praticidade do modelo dando origem ao chamado modelo MT-12A. As modificações fora o aumento do tamanho da trava da empunhadura original que dava apoio para apenas um dedo, de forma que a nova pegasse dois dedos e assim melhorando a ergonomia desta parte, e a mudança da tecla de controle de tiro para uma posição mais alta melhorando a acesso dos dedos a ela. Embora hoje seja uma submetralhadora considerada ultrapassada e já esteja fora de linha na Taurus, ainda é vista nas mãos de algumas unidades policiais, notadamente da policia militar e em algumas unidades das forças armadas brasileiras.
FICHA TÉCNICA MT-12A. (Fora de linha)
Tipo: Submetralhadora.
Capacidade: 30 tiros
MT-40/ MT-9
A submetralhadora MT-40 é fruto de um acordo entre a Taurus e a empresa estatal Chilena FAMAE, maior fabricante de armas daquele país. A FAMAE forneceu o projeto da sua submetralhadora SAF para a taurus que começou a produzir em calibre 40 para fazer parte de uma linha de produtos direcionada ao mercado policial militar brasileiro. Atualmente muitas forças policiais do Brasil todo já fazem uso desta submetralhadora. Posteriormente a Taurus passou a produzi-la em calibre 9 mm também. Embora sejam armas com a típica boa qualidade Taurus, ainda sim tem uma característica que em minha opinião, considero um ponto negativo. A alta cadencia de tiro de 1200 tiros por minuto. A tendência atual nessa classe de armamento é a de cadencia de tiro menores na faixa dos 550 a 600 tiros por minuto para se evitar o desperdício de munição e tornar mais controlável o disparo em regime automático.
FICHA TECNICA MT-40/ MT-9
Tipo: Submetralhadora.
Sistema de operação: Blowback
Calibre: 40 S&W e 9 mm.
Peso: 3,7 kg (carregada)
Comprimento Total: 67 cm (Estendida).
Comprimento do Cano: 8 polegadas.
Miras: Alça regulável,Massa fixa.
Velocidade na Boca do Cano: 300 m/seg (40).
Cadência de tiro: 1200 tiros/ min
Capacidade: 30 tiros
CARABINAS
CT-40/ CT-30
Tipo: Carabina.
Sistema de operação: Blowback
Calibre: 40 S&W e 30 Carbine.
Peso: (CT-40) 4,06 kg (carregada), (CT-30) 3,74 kg (carregada).
Comprimento Total: (CT-40)89 cm (Estendida). (CT-30) 78 cm(coronha estendida).
Comprimento do Cano: (CT-40)16 polegadas. (CT-30) 10,23 polegadas
Miras: Alça regulável, Massa fixa.
Velocidade na Boca do Cano: 300 m/seg (40), 600 m/seg (30 Carbine)
Capacidade: (CT-40) 10, 15 e 30 tiros. CT-30
FUZIL
T.A.R-21 TAVOR
Mesmo a Taurus ser uma das 4 maiores fabricantes de armas de fogo do mundo, ainda sim ela não tinha em seu portfólio um fuzil de assalto. Isso começou a mudar em 2009 quando ocorreu a feira de defesa LAAD 2009 em que foi apresentado o fuzil TAR-21 Tavor de projeto israelense. O Tavor, já descrito em matéria aqui no Campo de Batalha Terrestre foi desenvolvido pela IWI (Israel Weapon Industruies), para equipar as forças armadas israelense em substituição dos fuzis M-16 (AR-15) e as carabinas M-4, amplamente usadas pelas tropas daquele país. A Taurus assinou um contrato de produção sob licença com a IWI onde haverá a transferência total de tecnologia deste moderno fuzil ao longo de um período de 5 anos. A Taurus pretende vender este fuzil para as forças armadas brasileira, onde há necessidade de se substituir o velho fuzil FAL, e também para as forças policiais que necessitem de um novo e moderno fuzil, cuja facilidade de manutenção estará garantida pela estrutura da Taurus no Brasil. Forças militares latino americanas são consideradas potenciais clientes para o Tavor.
O Tavor é um fuzil Bullpup, ou seja, tem se mecanismo montado dentro da coronha, na parte traseira da arma para conseguir um fuzil compacto mas com um cano de dimensões normais (18 polegadas nos modelo standard). O calibre usado é o altamente difundido 5,56X45 mm usado em armas dessa categoria no ocidente e mesmo em muitas nações orientais. O modelo usa um carregado Stanag, padrão M-16/ AR-15 o que facilita sua logística devido a facilidade de se encontrar esse tipo no mercado ou nas mão de outras tropas. O carregador padrão tem capacidade de 30 tiros e alcance com precisão de cerca de 600 metros.