Felipe Maia 'Não posso Descartar a candidatura a prefeito de Natal'

Único nome do DEM citado nas pesquisas para prefeito de Natal em 2012, o deputado federal Felipe Maia não demonstra empolgação em entrar na disputa, mas também não descarta totalmente a possibilidade. É crítico sobre a administração de Micarla de Sousa, diz não haver chance de composição do DEM com Wilma de Faria (PSB) ou Carlos Eduardo (PDT) para 2012 e acredita que o comando da sucessão em Natal no grupo governista estará com o senador José Agripino e com a governadora Rosalba Ciarlini. Felipe Maia não chega a descartar uma disputa para prefeito de Natal, mas é enfático ao afirmar que a prioridade é concluir o mandato. "Eu não posso descartar a candidatura a prefeito, mas se me perguntar se é um projeto meu ser candidato a prefeito de Natal eu diria que não", ressalta.  Sobre os nomes que poderiam disputar o cargo do Executivo da capital potiguar ele vai muito além do deputado federal Rogério Marinho (PSDB), que integra o bloco governista e já se coloca como pré-candidato. Felipe Maia cita o vice-governador Robinson Faria (PMN), o deputado federal Fábio Faria (PMN) e a deputada estadual Gesane Marinho (PMN).  "São nomes que foram ventilados dentro do nosso sistema, da base do Governo. Apesar de alguns desses nomes negarem uma pré-candidatura são nomes cotados. Alguns em maior escala, outros em menor escala, mas são nomes pré-candidatos", avalia. As críticas do deputado Felipe Maia à administração Micarla de Sousa são voltadas direto para o gasto. "A prefeita deveria se preocupar em diminuir os gastos municipais para sobrar dinheiro para os investimentos na cidade", destaca. Sobre o pleito 2012, os candidatos a prefeito de Natal e as articulações do DEM, o deputado federal Felipe Maia concedeu a seguinte entrevista a TRIBUNA DO NORTE.

Como o senhor avalia a pré-candidatura posta do deputado federal Rogério Marinho,conforme ele adiantou na edição do último domingo na TRIBUNA DO NORTE?

Ele tem sim estudado Natal e as soluções dos problemas. Ele, inclusive, recentemente disse que não seria só uma pré-candidatura, mas está sim estudando os problemas e as soluções. Mas para mim não seria surpresa ter o conhecimento que Rogério Marinho tem como pretensão a candidatura a prefeito. Acho mais do que legítima a pré-candidatura de Rogério, é um nome muito bom do nosso grupo, é uma pessoa preparada, tem estudado Natal há muito tempo. Na eleição de 2008 ele já tinha essa pretensão dentro do partido que fazia parte, o PSB, mas foi preterido pela sua então líder, a ex-governadora Wilma de Faria. Assim como outros nomes que estão se lançando como possíveis pré-candidatos, o nome de Rogério merece todo meu respeito.

O senhor defende que a base governista defenda um só candidato para o pleito de Natal ou vários para se unirem no segundo turno?

No momento oportuno os líderes dessa base governista terão que se reunir. Existem pretensões de todos os partidos terem candidaturas próprias. Talvez seja mais conveniente que quem tiver essa pretensão, essa disposição e quadros com viabilidade, lançar no primeiro turno nomes próprios e no segundo turno poder se convergir em torno de um nome mais forte.

O comando para definir candidato a prefeito de Natal ficará a cargo de quem?

Do senador José Agripino e da governadora Rosalba com, claro, todos os presidentes de partido que tiverem candidaturas próprias. Acho que ficaria encabeçada pelo senador José Agripino e pela governadora Rosalba, mas com interlocução de todos os presidentes partidários das outras siglas que fazem parte do Governo Rosalba.

O senhor é candidato ou almeja ser candidato a prefeito de Natal em 2012?

Não. Fui eleito para cumprir meu mandato de deputado federal, a todo momento que meu nome é lembrado isso me dá muita alegria não pela vaidade, mas pela simbologia de mostrar que estou sintonizado com os anseios de Natal, estou cumprindo o meu mandato e ouvindo as vozes da rua. Se meu nome é lembrado é porque estou cumprindo bem o meu mandato. Mas não me coloco como pré-candidato. Não tenho pretensão de disputar a sucessão da prefeita Micarla.

Vou insistir um pouco mais na pergunta: o senhor descarta a possibilidade de ser candidato a prefeito de Natal?

Um homem público nunca pode descartar nenhuma possibilidade. Você pode sim, diante da sua opinião, dos seus argumentos, conversar e dialogar com seus líderes partidários, nesse caso o senador José Agripino e a governadora Rosalba com quem eu já tenho iniciado algumas conversas. Com o senador José Agripino, claro, de forma um pouco mais aprofundada, mas com a própria governadora Rosalba, tenho um excelente relacionamento com ela, eu nunca abordei o tema de sucessão municipal. Mas nós (ele e Rosalba Ciarlini) de forma superficial já entramos nesse assunto.

O senhor disse que já "iniciou conversas" com o senador José Agripino e com a governadora Rosalba sobre o pleito de Natal. E qual o tom dessas conversas?

Seria no sentido de se eu admitiria uma pré-candidatura ou não. Seria todo mundo a todo momento que ver o senador José Agripino pergunta se (Felipe Maia) é candidato a prefeito. Aí o senador fala, depende dele (Felipe Maia). Aí as pessoas perguntam  para mim. Eu tenho dito o seguinte: tenho tentado desempenhar o meu mandato da melhor forma possível. Eu acho que pré-candidatura a prefeito é consequência, tenho me empenhado em representar a cidade de Natal, tenho mandado emendas para cidade de Natal. Tenho até não estado tão presente nas bases de Natal porque tenho dado ainda atenção igual a todos os municípios. Mas a pretensão de pré-candidatura eu não tenho. Não estou lutando, não estou me concentrando numa pré-candidatura.

Mas ela (a pré-candidatura) poderá vir?

Acho difícil. Eu não posso descartar a candidatura a prefeito, mas se me perguntar se é um projeto meu ser candidato a prefeito de Natal eu diria que não.

O que pode lhe tornar candidato a prefeito de Natal em 2012?

Acho poucas coisas. A falta de um candidato competitivo dentro do meu sistema pode me fazer candidato a prefeito.

O senhor defende candidatura própria do DEM em Natal?

Defendo candidatura própria em todos os municípios do Brasil e nas principais capitais onde nós possamos ter um candidato competitivo.

Mas o senhor não se considera um candidato competitivo para Prefeitura de Natal?

É um fato até curioso, o senador José Agripino ser presidente nacional do partido e ter como desafio fortalecer as nossas bases, trata-se da intenção de lançar candidato a presidente em 2014. Não queremos é ficar numa posição de formar ou compor chapa. A pretensão hoje é de ter candidatura própria a presidente. Se consegue isso fazendo uma boa base de vereador, de prefeito, prefeito de capital e nós temos vários pré-candidatos e chegar em 2014 com bases consolidadas para disputar governo do Estado, Senado e também poder pensar em candidatura própria a presidente.

Mas se o senhor defende candidatura própria nas cidades e em Natal seu nome é o que vem sendo lembrado do DEM, então é contraditório?

A princípio seria confuso, inexplicável como eu defendo candidatura própria em todos os municípios, nas principais cidades do Rio Grande do Norte, e meu nome é ventilado como sendo nome com potencial eleitoral, como sendo pessoa que teve 10% dos votos válidos, é um nome que tem baixíssimo índice de rejeição. Atribuo (a baixa rejeição) talvez pela forma séria que tenho levado meus dois mandatos. Uma coisa eu consegui nesses meus dois mandatos: consegui ser o filho de José Agripino, mas que leva a sério os seus deveres.

O senhor está agregando novos fatores que poderiam lhe levar a ser candidato a prefeito?

Mesmo assim eu não amadureço a ideia de candidatura. Não modifico minha forma de encarar a sucessão municipal.

O que lhe preocupa na cidade de Natal?

Acho que Natal precisa urgentemente dar uma sacudida. É uma cidade com a beleza natural fenomenal, mas o natalense não tem nenhum prazer de morar nessa cidade. Hoje o natalense não tem prazer de ser natalense. Você não aproveita a cidade, você não tem a infraestrutura da cidade que possa lhe oferecer um suporte, ou retorno. Não estou nem falando de serviço público. Não estou enveredando pela saúde, pela educação, mas pela beleza. Uma ciclovia que os pais e mães de família possam aproveitar as belezas naturais. Não temos uma praia que o natalense possa se sentir confortável. Falta estrutura de orla marítima. Falta ao natalense o prazer de aproveitar sua cidade. O natalense hoje, sem falar no transporte público, no trânsito, nas nossas vias, sem falar no péssimo atendimento nos hospitais municipais, nas escolas que estão com baixo índice de qualidade de ensino, sem passar por todos esses serviços públicos que nunca poderão ser distantes da preocupação de um prefeito, de modo geral o natalense precisa voltar a ter prazer de ser natalense.

O senhor apoiou a candidatura de Micarla de Sousa a prefeito. Hoje vive um momento de rompimento do DEM com a gestão?

Apoiamos muito, não só isso, como eu particularmente trabalhei muito na campanha dela. Não existe rompimento formal, existe um distanciamento da prefeita. Distanciamento esse que ocorreu em maior grau no momento em que a prefeita que tinha todo direito de apoiar a candidata que ela quisesse se colocou a disposição do senador José Agripino para abrir um diálogo com o candidato do PSDB. Assim foi feito quando ela teve com o candidato Serra e decidiu apoiar a candidata do PT sem consultar as lideranças dos Democratas, apenas comunicando a decisão dela. Se o Democratas é um partido que faz oposição a cidade de Natal, apoiou a prefeita Micarla e ela teve como justitificativa (para apoiar Dilma Rousseff) a tratativa de benefício para cidade de Natal, nada melhor para prefeita do que o DEM deixá-la muito a vontade para ela trazer os benefícios para cidade de Natal. Não houve nenhuma conotação de mágoa, nem de punição. Houve sim uma tentativa de deixar a prefeita muito à vontade para ela colocar em prática aquilo que ela argumentou no momento em que apoiou a hoje presidente Dilma.

O senhor está na lista dos cidadãos que aprovam ou desaprovam a gestão Micarla de Sousa?

Acho que a prefeita Micarla tem enfrentado dificuldades como todos os outros administradores municipais do Brasil. Enquanto não for feita uma reforma tributária ampla, o bolo fiscal ficará mal dividido e os prefeitos basicamente serão gestores de programas federais. É o que acontece com a prefeita Micarla. Mas acho que em alguns momentos a prefeita Micarla não teve o controle total das finanças do município. Em alguns momentos pecou, fazendo com que a cidade de Natal tivesse hoje enfrentando situação de dificuldade financeira.

O senhor acredita que o DEM ainda poderá se compor com Micarla de Sousa em 2012?
Eu, particularmente, não acredito nessa possibilidade. Por que?

Pelo grande número de pré-candidatos que nós temos dentro do nosso sistema que tentam viabilizar suas candidaturas. Essas candidaturas já demonstram um índice de popularidade, de aprovação maior do que da própria prefeita. Se nós nos afastamos para que a prefeita possa se sentir a vontade no Palácio do Planalto. Aliás, não sei qual será a posição do Palácio do Planalto em 2012 em Natal. Sei que existe um pré-candidato do PT (deputado estadual Fernando Mineiro). Mas será que a prefeita não vai buscar o apoio do Palácio do Planalto? Esse retorno que ela disse que buscaria em benefício para cidade de Natal será que já não foi conversado um apoio a ela em 2012? Essa resposta virá de Brasília, não das bases de Natal. A prefeita acertou esse apoio a Dilma em Brasília. Como foi feito a conversa sobre 2012? Temos candidatos que se mostram mais competitivos do que a prefeita Micarla nesse momento. E a prefeita eu não sei como será a eleição dela. Acho que existe a possibilidade dela ter apoio do PT.

Ao se referir ao seu grupo, o senhor disse "candidatos". Quem são os candidatos do seu grupo político?

Os pré-candidatos que em algum momento foram ventilados: Fábio Faria (deputado federal pelo PMN), Gesane Marinho (deputado estadual do PMN), Robinson Faria (vice-governador) e Rogério Marinho (deputado federal do PSDB). São nomes que foram ventilados dentro do nosso sistema, da base do Governo. Apesar de alguns desses nomes negarem uma pré-candidatura são nomes cotados. Alguns em maior escala, outros em menor escala, mas são nomes pré-candidatos.

Qual é o seu candidato preferido?

Eu não tenho uma predileção. Tenho preferência, claro, por aquele nome que se tornar mais competitivo para a eleição de 2012 para que possamos não só ganhar, mas quero apoiar um candidato que acredite que terá vocação para trazer de volta o orgulho do natalense de morar na cidade.

Chama atenção o fato de que o DEM, mesmo sendo o partido da governadora, não se coloca com um pré-candidato a prefeito da capital. Isso lhe chama também atenção?

O DEM é um partido muito forte no Rio Grande do Norte. É o Estado que tem a maior força no Brasil. Mas no que refere à eleição municipal o nome que aparece nas pesquisas é apenas o meu nome. Essa é a razão pelo qual não cito outro nome nos nossos quadros, mesmo entendendo que temos quadros extremamente qualificados.

Há outros pré-candidatos, que não da base governista. Refiro-me ao ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT) e a ex-governadora Wilma de Faria. Há possibilidade do DEM se compor com um deles dois?

Não acredito em aproximação do nosso grupo com candidatos que não façam parte do Governo Rosalba. Acho que nós temos que trabalhar os candidatos da nossa base para poder apoiá-los.

Se o senhor tivesse que dar um conselho a prefeita Micarla, que o senhor apoiou e defendeu no pleito de 2008, o que diria?

Economize, diminua os quadros da Prefeitura. Enxugue, faça o que Rosalba está fazendo. Rosalba está nesse momento aplicando um remédio amargo para que o Rio Grande do Norte possa ter um governo doce. Qualquer administrador tem que está antenado com as finanças do município e do Estado. A prefeita deveria se preocupar em diminuir os gastos municipais para sobrar dinheiro para os investimentos na cidade.

 

Fonte: Tribuna do Norte

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