Consciência do dever

Agricultor, operário, professor, jornaleiro, entre tantos outros trabalhadores, sabem que seguramente estarão de folga, aptos a desfrutar da companhia da família e amigos, em festejos e feriados como o do Natal e fim de ano. Mas policiais, médicos, taxistas, rodoviários, porteiros etc, por sua vez, devem ter a consciência de que dificilmente estarão dispensados de suas atividades nessas datas, dada a necessidade de manutenção da continuidade do serviço essencial. Deveria ser fato, mas na prática não é bem assim que funciona.

Falando dos médicos nestes momentos, que há pouco tempo foram alvo de comparativo com policiais neste espaço, ano após ano se constata a repetida ausência justificada por atestados médicos! Ou seja, coincidentemente, justamente nos festejos de final de ano, sobretudo réveillon, até mais de 50% dos médicos escalados em hospitais públicos faltam na noite da virada, onde a demanda por serviços de urgência é significativa. E o “melhor” de tudo isso, amparados por atestados feitos por asseclas do conluio.

 

O que dizer de condutas como essa? O profissional que se ausenta de má fé terá mil justificativas falaciosas para fundamentar seu ato antiético, mas e as vidas que forem perdidas, e a saúde alheia que for prejudicada, terão como ser reparadas? Será que durante a ceia ele conta para toda a família que naquele momento deveria estar atendendo pacientes, mas empregou um recurso ardiloso e matreiro para faltar ao serviço?

Os que moram em prédios e condôminos, certamente ficariam revoltados ao encontrar a portaria abandonada nas noites de festa, condenando possivelmente com demissão o autor da conduta. A população iria se indignar em não encontrar ônibus para voltar para casa após a meia noite, e se a polícia sumir, os taxistas também, não vai faltar muito para se chegar ao caos. É preciso que haja a devida apuração em cada caso, para não dar margem a injustiças.

Aliás, em alguns casos, chega-se ao absurdo de sempre escalar tal profissional, porque sua responsabilidade é conhecida e seguramente irá honrar a confiança depositada cumprindo a missão – em contrapartida, outra pessoa nunca é convocada, pelo critério absurdo do “nem adianta chamar que esse aí não comparece”.

Dito isto, é forçoso induzir à consciência de que os praticantes de determinados ofícios têm por dever se privar de certos momentos que para tantos outros são garantidos, dada a necessidade de prover harmonia social no perfeito funcionamento das engrenagens coletivas. A irresponsabilidade daquele que age dolosamente é prova da sua incapacidade de prever que o prejudicado pode ser justamente ele, seus semelhantes e mais próximos.

https://cid-1d002b0011e9dbc5.office.live.com/self.aspx/.Documents

Politica Brasil e no Mundo

 

America do Sul America